O número e as dimensões de embarcações construídas em alumínio naval têm aumentado de forma significativa nos últimos anos.
As ligas de alumínio são aplicadas na indústria naval onde os seus atributos são valorizados, quando confrontados com outros materiais. Alguns desses atributos são: baixa densidade, elevada relação resistência à tração/peso, resistência à corrosão em determinados ambientes e retenção da tenacidade a baixas temperaturas e, em alguns casos, o valor relativamente baixo do módulo de elasticidade.
Essas propriedades têm como objetivo o aumento da velocidade e/ou uma redução no consumo de combustível, com a vantagem de terem uma grande resistência à corrosão. As ligas de alumínio são frequentemente usadas em superestruturas de grandes navios ou de navios militares e também em cascos de alguns navios e embarcações.
As ligas mais comuns na construção naval pertencem às séries 5000 e 6000 com teores de magnésio entre 0,6 e 6%. Tal como foi referido anteriormente, essas ligas podem ser melhoradas através de tratamentos térmicos e/ou mecânicos. Também é de salientar que uma vez que a construção naval é essencialmente uma construção soldada, é importante analisar o comportamento das zonas soldadas e das zonas contíguas (Zonas Térmicas Afetadas – ZTA), pois o aumento da temperatura durante o processo de soldadura implica uma diminuição das propriedades mecânicas na referida zona.
Das ligas utilizadas em construção naval, iremos dar especial atenção às ligas da série 5XXX e, em especial, às ligas 5083 e 5356.
Atualmente, nas oficinas navais do Arsenal do Alfeite, para a fabricação das embarcações a liga mais utilizada é a AA5083-O/H111. O material de adição preferido para a soldadura dessas estruturas é a liga ALMG5 – AA5356, uma liga mais rica em Mg.
Como já foi referido, a liga AA5083 é uma liga para construção mecânica, não tratável termicamente, sendo o magnésio o principal elemento de liga. No estado AA5083-O/H111, esta liga foi sujeita a um tratamento de recozimento de recristalização, que permitiu um aumento da sua ductilidade e da sua estabilidade dimensional.
Tal liga não apresenta problemas de fragilização, sendo possível a sua soldadura por fusão com uma perda mínima de resistência mecânica (não apresenta problemas de fissuração a quente).
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