No contexto da construção naval, as ligas de alumínio podem receber tratamentos especiais conforme as necessidades de aplicação.
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Em casos onde se preveja forte ação corrosiva, como zonas de águas estagnadas em porões, as ligas poderão ser fornecidas em têmperas especiais (5083 – H116, 5086 – H117 e 5454 – H116) que são bastante resistentes à esfoliação, que é uma forma especial de corrosão intergranular que produz delaminagem.
Uma vez que a construção naval é essencialmente uma construção soldada, é importante analisar o comportamento das zonas soldadas e zonas contíguas (zonas afetadas pelo calor – ZAC); Em geral, o metal base na vizinhança dos tratáveis termicamente (tal como as ligas da série 5xxx) é transformado na condição de recozido, pelo calor desenvolvido na soldadura.
Há, assim, uma redução das propriedades relacionadas com a resistência à tração até ao valor correspondente à condição de recozido. Esse fato deve ser tomado em consideração no projeto. A liga 6061-T6, susceptível de tratamento térmico, desenvolve a sua resistência através dum aquecimento à temperatura de recozimento, seguido de têmpera em água e depois de reaquecimento a uma temperatura inferior para atingir uma precipitação controlada de compostos intermetálicos.
A liga é usada em aplicações marítimas, devido à maior facilidade com que é estendida, relativamente às ligas de AI Mg e por ter boa resistência à corrosão em ambiente salino. A liga 6061-T6, embora de mais elevada tensão de rotura, é severamente degradada na sua resistência, ductilidade e resistência à corrosão, por ação do calor desenvolvido em soldadura, desaconselhando totalmente esse processo de fabricação. É igualmente fixada por cravação.
As ligas de alumínio, em geral, não são susceptíveis de excessiva corrosão, em condições normais; contudo podem corroer-se em elevado grau quando estão em contato com metais diferentes. Esse fato pode ocorrer entre cascos de alumínio e encanamentos de outros materiais. Em tais casos, o alumínio deve ser isolado do outro metal por fitas, revestimentos ou juntas, que não absorvam água, ou por acessórios e suspensões especiais.
A importância destes aspectos é tal, que o uso do alumínio é regulamentado, em alguns aspectos, na Convenção SOLAS 1974. Da mesma forma, o alumínio, em contato com madeira, materiais isolantes ou com cimento deve ser protegido contra efeitos corrosivos resultantes de impurezas existentes nestes materiais, através do uso de adequados revestimentos ou coberturas.
A corrosão generalizada do alumínio pode ser evitada pela proteção catódica. A resistência à corrosão de algumas ligas de alumínio pode ser reforçada através de um tratamento superficial designado por anodização, que será referido noutro local. Em comparação com o aço, as ligas de alumínio têm baixos pontos de fusão (cerca de 6000 C) e tendem a perder resistência muito rapidamente, quando expostas a temperaturas elevadas.
O uso de alumínio em aplicações estruturais importantes e susceptíveis de se incendiarem deve ser objeto de proteções especiais, dentre as quais se refere a aplicação de uma proteção, por isolamento, que crie uma barreira à fonte de calor.
Então, gostou de saber um pouco mais sobre as ligas utilizadas na construção naval e o cuidado que se deve ter com elas? Se você curtiu este artigo, deixe um comentário!